¡Protégete a ti y a los tuyos!
Campanha com mobilizadores comunitários da Venezuela trabalha conscientização de crianças e adolescentes contra abusos e violência

A Estratégia de Mobilização Comunitária com Participação de Adolescentes (CMAPS, na sigla em inglês), iniciativa do UNICEF em parceria técnica com o Instituto Pirilampos e ADRA, iniciou, nesta terça-feira (22), a campanha ¡Protégete a ti y a los tuyos! – Encuentra ayuda ante el abuso y la violencia, em abrigos de Boa Vista. O objetivo é conscientizar as comunidades sobre a importância de identificar e lidar com situações de violência contra a criança e adolescente.

A CMAPS busca unir jovens venezuelanos como mobilizadores comunitários para a cocriação de soluções para os problemas enfrentados por suas comunidades. Além dos abrigos, a campanha também acontece em outras comunidades com presença da estratégia, incluindo comunidades indígenas e ocupações espontâneas de Boa Vista e Pacaraima.

 

Para a presidente do Instituto Pirilampos, Mariann Mesquita, a campanha é essencial para combater a violência.

 

“Essa campanha se faz importante no contexto em que estamos inseridos. A Venezuela não possui o mesmo sistema de proteção que o nosso, e muitos dos que chegam não conhecem os canais de denúncia do Brasil. Então, é importante que primeiro eles reconheçam os tipos de violência, como enfrentá-los e denunciá-los. É essencial para todos, principalmente os que se encontram em extrema vulnerabilidade social. O combate à violência contra crianças, adolescentes e mulheres é um dever de todos nós”, disse.

 

A CMAPS realiza campanhas informativas de acordo com as necessidades apresentadas pelas comunidades atendidas pela estratégia. A campanha atual foi definida após um levantamento realizado pelos mobilizadores em suas comunidades, que identificou, entre os 90 refugiados e migrantes entrevistados, que 68% não conheciam os canais de denúncia do Brasil.

“É muito importante que os jovens sejam os próprios replicadores das mensagens de proteção para os seus pares, bem como para pais, responsáveis e cuidadores de suas comunidades. Além disso, é essencial que crianças e adolescentes refugiadas e migrantes conheçam seus direitos à proteção, saibam reconhecer violências e conheçam os canais de apoio que existem no Brasil,” diz Luis Minchola, oficial de Proteção à Criança do UNICEF em Roraima.

 

Nos abrigos, com o público alvo focado em pessoas com mais de 10 anos, os mobilizadores contarão com a ajuda das equipes de proteção dos espaços do UNICEF e Pirilampos (equipes de psicólogos e assistentes sociais) para proporcionar um ambiente seguro para esclarecimento de dúvidas, repassar informações confiáveis sobre os canais, bem como ajudar os participantes a identificar situações de violação de direitos humanos, violência contra crianças, adolescentes e mulheres e a quem contatar em cada caso.

 

O jogo da segurança

Desenvolvido especificamente para a campanha, o juego de la seguridad é um jogo de tabuleiro de perguntas e respostas para seis participantes, onde um dado é jogado e, dependendo da casa que o participante cair, é necessário responder perguntas referentes aos canais de proteção e de identificação de casos de abuso e violência.

 

O jogo foi desenvolvido com o objetivo de abordar, de maneira sensível e adequada, questões relacionadas à prevenção e à busca de apoio diante de situações de abuso e violência. Ele utiliza a abordagem lúdica como uma ferramenta eficaz para engajar jovens, além de fornecer informações valiosas.

Acesse os materiais da campanha aqui!


Sobre a Estratégia de Mobilização Comunitária com Participação de Adolescentes (CMAPS)

A CMAPS é uma iniciativa do UNICEF, em parceria com o Instituto Pirilampos e ADRA, para envolver jovens na cocriação de soluções para os problemas que identificam nos locais onde vivem, no contexto do fluxo migratório da Venezuela no estado de Roraima. Esses mobilizadores voluntários (entre 18 e 24 anos) recebem um tablet e uma bolsa (para aquisição de dados móveis), para atuar dentro das suas comunidades – entre abrigos oficiais, ocupações espontâneas e comunidades indígenas em Boa Vista e Pacaraima. É formada atualmente por 25 jovens que realizam levantamentos das necessidades das famílias, disseminam informações confiáveis, mobilizam a comunidade e coletam sugestões para as intervenções nos locais onde vivem. Estratégia nascida para contornar a falta de acesso às comunidades durante o início da pandemia da covid-19, a CMAPS logo se desenvolveu como uma rede que visa o desenvolvimento das habilidades dos jovens participantes, que recebem capacitações periódicas enquanto integram a estratégia, incluindo em mobilização comunitária, liderança, direitos, monitoramento e avaliação, entre outros temas.

 

A estratégia é possível através da parceria estratégica com o Governo dos Estados Unidos, por meio do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado (PRM, na sigla em inglês), e da União Europeia, pelo Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária (ECHO, na sigla em inglês).