Adolescentes refugiados e migrantes da Venezuela lançam programa de rádio em Roraima

Boa Vista, 17 de março de 2023 – O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com o Instituto Pirilampos e o Serviço Social do Comércio de Roraima (Sesc-RR), lança hoje a nova fase do Súper Panas na Rádio, um programa feito por adolescentes da Venezuela que traz, de forma dinâmica e divertida, informações-chave para a vida das famílias refugiadas e migrantes no Brasil relacionadas à cultura, à saúde mental, à educação e a outros temas.

 

Alternando-se entre português e espanhol, os quatro primeiros episódios já estão disponíveis no Spotify e no YouTube – em breve serão transmitidos também por rádios comerciais de Roraima, o estado mais afetado pelo fluxo migratório venezuelano.

 

Súper Panas pode ser traduzido como “Súper Amigos”, e o programa tem também o objetivo de ser um espaço de diálogo com a população brasileira.

“Para além da programação com informações essenciais sobre a vida no Brasil, o Súper Panas na Rádio garante um espaço para que adolescentes e jovens refugiados e migrantes exerçam sua participação e voz ativa sobre sua cultura e suas potencialidades”, afirma a chefe do escritório do UNICEF em Roraima, Estela Caparelli.

 

Os mais de 65 adolescentes inscritos nesta nova fase da rádio, desde agosto de 2022, participaram de todo o processo de produção até a gravação final dos episódios. O ciclo de formação contempla cinco semanas de capacitação, passando por todas as fases da criação de um programa de rádio, com a parte técnica realizada no Laboratório Sesc de Artes, Mídias, Tecnologias e Juventudes (LabMais).

 

Para um dos jovens locutores da primeira turma, Carlos Bello, de 16 anos, a experiência foi desafiadora e abriu portas para um novo olhar sobre a rádio. “Aprendi muito em cada aula. Os nomes dos equipamentos, as técnicas na hora de falar no microfone, o que é um jingle, e como fazer uma entrevista. O resultado do programa fez valer meu medo e minha timidez”, afirma.

Carlos Eduardo Bello Acosta, do abrigo Pricumã, aluno da primeira turma de rádio © UNICEF/Pirilampos/BRZ/Jesus Covas

Carlos vive num dos abrigos da Operação Acolhida, a resposta humanitária liderada pelo Governo Federal, em parceria com organizações da sociedade civil e agências da ONU, incluindo o UNICEF, para responder ao fluxo migratório da Venezuela.

“É incrível acompanhar o rápido desenvolvimento dos adolescentes. Visamos sempre estimular o caráter comunicacional e o protagonismo juvenil durante as oficinas. Fazemos com que eles exerçam o seu direito à expressão e à comunicação”, destaca a coordenadora de Comunicação para a Mudança Social e de Comportamento do Instituto Pirilampos, Nara Cardoso.

 

Para o analista de cultura do Sesc em Roraima, Francisco Neto, a parceria entre as três instituições representa uma oportunidade para adolescentes em situação de vulnerabilidade. “Aproximamos essas juventudes das produções audiovisuais, capacitando quem não tem acesso a oportunidades, por conta do seu contexto econômico e social, para que tenha, a partir disso, condições de se profissionalizar e potencializar talentos e interesses pela produção digital e midiática”, destaca.

 

Os temas dos episódios abordam aspectos-chave de acesso a direitos e serviços para a nova vida que as famílias buscam no Brasil, sempre tratados de forma didática e divertida, complementando o contato com esses assuntos que os adolescentes têm nos espaços Súper Panas, a estratégia do UNICEF na qual está inserida a rádio.

 

Todos os atuais e futuros episódios também estão disponíveis no site do Sesc e do Instituto Pirilampos, além de nas redes do UNICEF.

 

Sobre o Súper Panas


O Súper Panas na Rádio faz parte da estratégia Súper Panas, que visa apoiar o poder público na garantia dos direitos de crianças e adolescentes refugiados e migrantes à educação, à proteção e à comunicação. Com 26 espaços abertos hoje, os Súper Panas já atenderam mais de 45 mil crianças e adolescentes com atividades educacionais não formais, ações de proteção da criança contra a violência e de apoio psicossocial. A estratégia conta com o apoio financeiro do Governo dos Estados Unidos e da União Europeia, por meio do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês) e do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (Echo, na sigla em inglês).